terça-feira, 13 de maio de 2008

Inutilidade.

Existem coisas pelas quais vale a pena lutar e vale a pena seguir em frente. Existem caminhos que, ao início me parecem difíceis mas que com a ajuda de amigos, verdadeiros amigos se conseguem, aos poucos e poucos, ultrapassar. Existe.O que ando a fazer aqui, neste pedaço de terra (firme?) e água? Qual é o objectivo? Será que mereço, de alguma maneira, estar aqui? Não sei e acho que ninguém o sabe. Simplesmente aqui estou, simplesmente existo, simplesmente vivo.E é isso, é isso que tenho tentado fazer, dia após dia: viver. Não sobreviver, mas sim viver. Viver em paz, viver feliz, viver bem, viver.Neste momento pouco me pode interessar se A gosta de mim ou se B nem me pode ver à frente. Pouco me importa se passo e sou falada ou se passo incrivelmente despercebida. Pouco me importa o porquê de ser assim ou de não ser assado.Pouco me importa o porquê das coisas. Simplesmente elas existem e passam pela minha vida e, se essas coisas e pessoas passam é porque são necessárias para que eu aprenda alguma coisa. Sinto-me exactamente como Ega e Carlos (em “Os Maias” de Eça de Queiroz) se sentiam. Sinto que irremediavelmente falhei a vida e inevitavelmente vou continuar a falhar.Nada do que poderá vir, nada do que poderão tentar fazer por mim ou para mim vai mudar a minha maneira estúpida e infantil com que encaro, dia após dia, a vida.Sei que erro, sei que devia mudar, sei que tenho muitos (e péssimos) defeitos. Sei-o bem. Mas, por mais que tente e que prometa a mim mesma essa mudança, não a consigo concretizar. Desiludo-os, desiludo-me, faço os chorar e choro.Já não sou aquela Ana Elisa do ciclo que sorria por tudo e ria por nada. Já não sou aquela Likas do 10º ano sempre com um sorriso para dar.Já não sou a pessoa que os outros querem sempre à beira deles e na vida deles. Mudei, as pessoas mudam. E aconteceu-me. Mudei. Sem qualquer razão de o ser e sem qualquer valor lógico. Sem qualquer intenção. Mudei.E depois este ano tem sido, sem duvida dos piores da minha vida.Os testes, as aulas, a família, as amizades. É um bocadinho de tudo.Só quero voltar a Barcelona, só quero voltar aquelas noites a 6 nas camas de 3.Só quero mais um passeio pelas La Ramblas, mais uma visita à fundação Miró e mais uma ida à DiscoQuka. Quero estar, mais uma vez a milhas de Portugal , a mais milhas do Porto, longe desta rotina e de todas as responsabilidades.Quero,preciso,necessito.
Tudo isto, sem razão aparente

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