Isto está a ficar preocupante.

Éramos só nos os dois, mais ninguém. Conversávamos sobre tudo, confiávamos um no outro, passeávamos de mão dada à beira-mar. De repente ele parou, puxou-me para ele, abraçou-me e beijou-me. Eu correspondi. Permanecemos lá, sentados na areia, encostados a uma rocha. A sua mão por cima dos meus ombros, a minha cabeça encostada no seu peito. Contemplando o pôr-do-sol.
- Era capaz de ficar assim para sempre, contigo. - disse ele.
Eu sorri. Ficamos em silêncio, cada um nos seus pensamentos até que ele o quebrou.
- E tu?
- Eu?
- Sim, que pensas disto tudo?
- É preciso dizer? Nunca ninguém me fez mais feliz que tu me tens feito.
- Amo-te, sabias?
Eu beijei-o. Agora a minha certeza estava inabalável. Ele disse-o, ele sente-o.
Amo-te, sabias?
Amo-te, sabias?
Esta frase ecoava na minha mente.
Olhei-o nos olhos, sorri-lhe e acabei por lhe dizer:
- Eu também te amo.
E ficamos assim, o resto das nossas vidas.
(Ou, pelo menos até eu ter acordado para a realidade.)