sexta-feira, 15 de junho de 2012

e é isto.

Que a vida não é justa, já toda a gente sabe. Agora daí até eu me contentar com isso vai um passo muito grande. Não me contento. Não me contento que haja tanta fome em África e que exista tanta gente a comer que nem umas lontras. Não me contento que exista gente sem dinheiro para comprar uma peça de roupa e outros que têm quartos só para guardar a sua roupa toda. Não me contento com estas grandes injustiças. E, mais recentemente, não me contento em saber que existem pessoas que davam tudo para estar a tirar um curso superior e anda na faculdade gentinha medíocre que só quer fazer o curso por fazer e ficar com o diploma guardado em casa. Essas tais pessoas, são aquelas que depois de acabarem o curso se vão andar a vangloriar que são muito inteligentes porque tiraram um curso superior, que lhes custou muitas horas de sono, muitos dias de praia, muitos neurónios queimados mas que na realidade não fez a ponta de um chaveiro para o merecer.

Hoje, tive exame de uma cadeira que se chama Teoria do Controlo (ou, abreviando, TCON) em que a avaliação consiste num teste de 10 escolhas múltiplas que vale 30% da nota final e um exame de 20 escolhas múltiplas, que vale os 70%  restantes. O que acontece nesta cadeira é extremamente revoltante. Existe gente  que nem sequer pegou nos livros o semestre todo, que nem sequer sabem fazer uma função de transferência, arriscaria a dizer que nem sequer sabe o que isso é mas chegam ao fim do exame todos satisfeitos porque vão passar com 15/16. Porquê? Porque se fizeram de amigos dos melhores alunos do curso e copiaram por eles. Isto revolta-me. Revolta-me porque já tive 4 exames desde semana passada e dei o meu melhor para todos eles. Custou-me horas de sono? Sim, custou. Tive que trabalhar muito e dedicar-me? Sim. Mas tudo o que vier a conseguir é por mérito próprio e, para mim, não existe maior satisfação do que olhar para uma pauta, ver o meu nome e ver que passei com boa nota (com mérito pessoal). Isso não vai acontecer a TCON. Se passar é muito à rasquinha e com "nota de engenheiro" (10) enquanto que gente que nem tentou passa com 16(ou mais)Estes, o que fazem a TCON, fazem a todas as cadeiras que conseguirem. E são estes que vão acabar o curso ao mesmo tempo que eu e ainda são capazes de me tirar o emprego porque depois têm cunhas e conseguem tudo de mão beijada. Metem-me nojo.

Esta gente nunca vai saber o quanto a vida custa e nunca vão dar o devido valor aquilo que têm porque não tiveram que se esforçar para o conseguirem.

No fundo, não tenho nojo deles: tenho pena.

3 comentários:

Liliana Ferreira disse...

não há mais nada a dizer! Não poderia estar mais de acordo pois eu conheço essa realidade onde apenas o nome das cadeiras muda!

Anónimo disse...

Duas palavras: Nem mais! Há-os - aos chico-espertos - em todas as universidades. No meu curso, na minha universidade, são elas que dominam essa 'classe' de pseudo-estudantes. Dói vê-las passear pela faculdade, completamente alheadas do que ali se passa. Digo para alguns colegas que se um dia alterassem as cadeiras do meu curso para Engenharia de Minas, elas nem estranhavam. Chamo-lhes de 'barbies'. Dói principalmente porque sabemos que há milhares de pessoas que, tendo verdadeira vontade de estudar e trabalhar, esbarraram à porta da Universidade por razões económicas - algo que as barbies nem sabem bem o significa.

Anónimo disse...

Licas a tuna da FEUP, ou uma das tunas, vem a Caldas de Aregos a um festival qualquer dia 21 de Julho. Vens assistir?